Conforme relatado por David W. Dunlap para o NYTimes, o projeto de restauração, que visa uma melhor segurança, aplicado na Philip Johnson e Richard Foster’s Elmer Holmes Bobst Library, no campus da NYU, próxima da Washington Squares, está perto de ser finalizada. Enquanto a biblioteca, construída no começo dos anos 70, permanece intacta, o enorme espaço do átrio – com um pé-direito de 45 metros- provou ser mais um perigo do que a magnífica experiência arquitetônica que os arquitetos pretendiam.
Desde 2003, a biblioteca ficou marcada pela morte de três estudantes que pularam de um de seus níveis (mesmo depois da universidade ter instalado barreiras de policarbonato de 2,5m). Encarregado de eliminar a possibilidade de um fato como esse acontecer de novo, Joel Sanders Architect respondeu ao trabalho com uma tela de alumínio perfurado que fecha completamente os níveis da biblioteca voltados para o átrio.
Conceituado como um padrão de pixel aleatório, a fim de complementar a estética minimalista do edifício, os painéis de bronze de 6m de altura eliminam a extensa vista panorâmica sobre a biblioteca, e a compartimentam em “fragmentos dispersos”. Em nenhum momento, a tela apresenta-se como uma barreira imperceptível, e sim altera completamente o senso de espaço dentro da biblioteca. Dunlap explica: “As telas podem –na luz certa- ser tão translúcidas como cortinas levemente transparentes”.
No entanto, nada pode tirar o efeito inicial ao se caminhar pelo átrio, “Você realmente não perde as qualidades visuais do átrio original. Isto é quase como uma bela peça de renda que foi esticada entre os níveis que olham para esse espaço”, explicou Andrew T. Repoli, diretor de gerenciamento da construção.
A nova intervenção enquadra-se nos requisitos de transparência e permeabilidade do cliente, e de acordo com o porta-voz John Beckman, os painéis “apresentam uma oportunidade para melhorar a qualidade, o caráter e a identidade desta importante instituição da NYU”.
Trabalhando com a SHoP Construction Services, os mais de 280 painéis foram fabricados digitalmente a partir de 39 padrões diferentes modelados no software Catia.
Atualmente, a renovação ainda está em andamento, mas assim que os alunos da universidade voltarem para o inicio do semestre, em algumas semanas, a biblioteca com certeza será o alvo de diferentes críticas. Será interessante ver como as opiniões iram se desdobrar, especialmente pensando que as telas são puramente destinadas a segurança. Com base em uma questão tão sensível, será que as telas receberão o mesmo olhar critico voltado à arquitetura?